Vivemos um tempo em que a tecnologia prometeu nos aproximar. Mas, ao invés disso, estamos mais distantes uns dos outros. FamÃlias brigam, amizades se desfazem, e muita gente vive presa em ideias radicais, seja por religião, polÃtica ou ideologia. A conversa deu lugar a gritos. O respeito virou exceção.
Nesse cenário, uma pergunta preocupa: quem está no controle do que pensamos? A resposta pode estar nos algoritmos, aqueles códigos que mandam nas redes sociais. Eles mostram o que queremos ver, ou o que mais nos faz reagir com raiva, medo ou adoração. Assim, cada pessoa passa a viver numa bolha, cercada de “verdades” que só reforçam o que ela já pensa.
Esses algoritmos não têm opinião, mas sabem muito bem como prender nossa atenção. E o que mais prende? Polêmica, briga e exagero. Quanto mais tempo passamos na tela, mais lucro as plataformas ganham. Com isso, ideias radicais ganham força, não porque são maioria, mas porque dão mais cliques.
Esse ambiente é perfeito para o fanatismo crescer. Grupos extremistas espalham mentiras, ódio e falsas promessas. Surgem novos “lÃderes”, não em igrejas ou palanques, mas nas redes, nos vÃdeos e nas postagens que viralizam. Muita gente passa a seguir essas figuras com devoção cega, como aconteceu no passado com certas seitas, como a Igreja da Unificação, criada pelo Reverendo Moon.
Mesmo que não existam provas de que Moon tenha mandado seguidores ao suicÃdio, sua forma de manipular pessoas ainda é lembrada. A diferença é que hoje isso acontece em tempo real, com um clique.
O problema fica ainda pior quando lembramos do analfabetismo funcional, que cresce no Brasil. Isso acontece quando a pessoa até sabe ler, mas não entende o que está lendo. Não sabe interpretar, nem questionar. Assim, vira presa fácil para qualquer mentira ou discurso radical.
E qual o resultado disso tudo? O ódio se torna comum. A violência parece algo normal. Quando não há espaço para dúvidas e quem pensa diferente vira inimigo, ficamos a um passo do extremismo, e até do terrorismo.
Por isso, é urgente falar sobre isso. É urgente educar, sem censurar. Precisamos aprender a pensar com liberdade e respeito. Precisamos voltar a conversar. Porque pensar diferente não é crime. E discordar pode ser uma chance de aprender, não de odiar.