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Acidentes com motos lideram atendimentos no Trauma de Campina Grande no último fim de semana

Falta de capacete segue como problema crônico no Cariri, agravando quadro de vítimas graves e expondo o avanço de uma “pandemia silenciosa” nas estradas e ruas da região

O Hospital de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes, em Campina Grande, divulgou nesta segunda-feira (4) o boletim de atendimentos relativos ao último final de semana, correspondente aos dias 2 e 3 de agosto de 2025. No total, a unidade registrou 495 atendimentos, com 50 cirurgias realizadas e 76 altas médicas concedidas.

Do total, 74 casos foram acidentes com motocicleta, refletindo uma das maiores causas de entrada no hospital. Muitos dos atendimentos envolveram vítimas que não usavam capacete, realidade que se mantém como um grave desafio para a saúde pública e segurança viária na região.

Além disso, o hospital contabilizou 98 casos de quedas, 10 acidentes vasculares cerebrais (AVC) e 8 pacientes com queimaduras, reforçando o perfil de uma emergência marcada por ocorrências potencialmente evitáveis.

Perfil dos atendimentos

A distribuição por dia mostra um fim de semana de intensa demanda:

  • Sábado (02/08): 238 atendimentos
  • Domingo (03/08): 257 atendimentos

O perfil das vítimas também chama atenção: 62% eram homens, enquanto 38% eram mulheres. A predominância masculina nos casos está diretamente associada a acidentes de trânsito e atos de imprudência, segundo especialistas.

Outras ocorrências registradas

Além dos acidentes com motociclistas e das quedas, o hospital também atendeu:

  • 7 vítimas de acidente de carro
  • 6 atropelamentos
  • 4 feridos por arma de fogo
  • 4 por agressão física
  • 2 acidentes com bicicleta
  • 2 feridos por arma branca

Um alerta que se repete

Mesmo com os constantes alertas, a ausência do uso do capacete por motociclistas, especialmente em cidades menores do Cariri paraibano, continua sendo uma realidade que preocupa. Profissionais de saúde classificam esse comportamento como uma pandemia silenciosa, que, dia após dia, lota enfermarias, salas de cirurgia e alas de terapia intensiva com vítimas de traumas cranianos e lesões graves.

Sistema de saúde exige consciência coletiva

O Hospital de Trauma de Campina Grande segue sendo referência para casos graves em toda a região, com estrutura de alta complexidade e plantão 24 horas. No entanto, os números reforçam a necessidade de conscientização da população e fiscalização efetiva, principalmente no que diz respeito à segurança no trânsito.

“O uso do capacete salva vidas. É uma medida básica, e ainda assim, negligenciada por muitos. Enquanto isso, seguimos atendendo casos que poderiam ser facilmente evitados”, afirma um profissional da linha de frente da unidade.

O boletim é um retrato da realidade regional, e um chamado à responsabilidade coletiva para reduzir a violência no trânsito e melhorar os indicadores da saúde pública.

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