Retomar os estudos aos 80 anos de idade exige coragem e determinação. Para Severina Rodrigues, conhecida carinhosamente como Nice, ser forte sempre foi uma necessidade da vida. Agricultora desde muito jovem, ela transformou a resistência diante das dificuldades em um modo de existir.
“Eu sou forte. Não me abalo por qualquer coisa não. Graças a Deus, sou uma guerreira”, afirma, com um sorriso.
A trajetória de Nice é marcada por superação. Ainda adolescente, perdeu a mãe e precisou assumir responsabilidades em casa, cuidando dos irmãos mais novos e ajudando no roçado. Mais tarde, já casada, novamente os estudos ficaram em segundo plano. Mas o desejo de aprender nunca deixou de existir.
Hoje, já idosa, ela decidiu voltar à sala de aula e se matriculou na Educação de Jovens e Adultos (EJA), em Riachão do Bacamarte, no Agreste da Paraíba. Mesmo conciliando o trabalho no campo durante o dia com as aulas à noite, Nice é exemplo de dedicação.
“Ela é ativa, faz todas as atividades, não falta um dia sequer. Sempre participa. Uma aluna exemplar”, destacou o professor Adelmo Catão.
A história de Nice inspira colegas, professores e toda a comunidade escolar. Sua presença em sala de aula mostra que nunca é tarde para buscar conhecimento e que a educação é um direito que resiste ao tempo.
Com G1PB