A interiorização do desenvolvimento humano e econômico da Paraíba depende, necessariamente, de investimentos na saúde. É inegável que o Cariri, parte do Seridó e do Curimataú enfrentam uma lacuna gritante: a ausência de um hospital de emergência e trauma que atenda de forma plena e centralizada às necessidades de milhares de paraibanos.
Atualmente, o hospital mais estruturado da região está localizado em Monteiro, praticamente na divisa com Pernambuco. Apesar de cumprir um papel importante, a localização não favorece a centralidade e dificulta o acesso de municípios do coração do Cariri, que acabam dependendo do já sobrecarregado Hospital de Trauma de Campina Grande, Dom Luís Gonzaga Fernandes.
A solução mais lógica e estratégica seria instalar um novo Hospital de Trauma em uma área próxima a São João do Cariri, Serra Branca, São José dos Cordeiros e Parari, localidades próximas ao trevo que interliga essas cidades e que, aos poucos, vêm se beneficiando com a chegada de novas rodovias, encurtando a distância entre elas.
Esse hospital poderia ter estrutura menor, equipe reduzida e equipamentos na medida da população local, garantindo atendimento rápido e eficiente, evitando esperas demoradas e longos deslocamentos de mais de 120 km, geralmente até Campina Grande.
MAIS QUE UMA NECESSIDADE TÉCNICA, TRATA-SE TAMBÉM DE UM IMPERATIVO SOCIAL E POLÍTICO…
No último processo eleitoral, o interior da Paraíba foi decisivo para a mudança na hegemonia político-eleitoral do estado, que por décadas girava apenas em torno de João Pessoa e Campina Grande. Se o interior decidiu, é justo que também possa cobrar por investimentos estruturantes. O Cariri teve papel fundamental na escolha do novo governante estadual.
CUSTO ALTO DE CONSTRUÇÃO E DE MANUTENÇÃO TAMBÉM…
Porém, basta comparar com o desperdício de recursos em obras sem resultados ou em eventos sem legados para perceber que um hospital de trauma no Cariri é prioridade. Com união entre governos e parlamentares, usando emendas, isso é viável.
PENSAMENTO VANGUARDISTA E GRANDIOSO…
Pensar o Cariri para o futuro é investir em planejamento estratégico, que una saúde, educação, infraestrutura, economia e desenvolvimento social. O futuro depende de decisões corajosas e conscientes hoje. Vamos pensar no futuro com os pés no chão do planejamento, porém sem perder a grandeza de construir um futuro melhor.
Como escreveu e cantou Geraldo Vandré: “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. Chegou a hora de os governantes olharem ainda mais para o futuro do Cariri e entenderem que a luta por um novo hospital é, acima de tudo, a luta pela dignidade de um povo.
PINGANDO FOGO 🔥1: O Hospital Regional de Serra Branca, apesar dos grandes avanços recentes da gestão, continua sendo uma hemorragia financeira para o munícipio. Sua municipalização foi um erro político do passado que o transformou uma obra cara, de estrutura fisica ultrapassada e complicada de se levar adiante.
PINGANDO FOGO 🔥2: A saúde emergencial da região é tão precária que existe apenas uma única ambulância SAMU/USA para todos os municípios, baseada em Monteiro. Quando há um acidente em Serra Branca, por exemplo, o socorro pode demorar horas, além da distância de condução, algo inadmissível no século XXI.
PINGANDO FOGO 🔥3: Destaca-se a coragem do empresário Ernildo Júnior na construção do Hospital do Cancêr Dr. Laureano, em Serra Branca. Mesmo com críticas, denúncias anônimas e bloqueios, mostrou que é possível unir solidariedade e compromisso social. Essa experiência prova que iniciativas bem conduzidas podem transformar a saúde e abrir caminho para algo ainda maior: um novo Hospital de Trauma público no Cariri.
JOSINALDO RAMOS
