O Ministério Público Federal (MPF) protocolou denúncia contra três indivíduos acusados de integrar uma associação criminosa especializada em introduzir cédulas falsas de alta qualidade no comércio de Campina Grande. A operação, que desvendou um esquema sofisticado e articulado, revela o que os investigadores chamam de “derramamento de notas”, uma prática planejada que se tornou um pesadelo para comerciantes da Rainha da Borborema.
A Articulação do Crime:
De acordo com a denúncia, o trio operava com uma clara divisão de tarefas e uma logística de fazer inveja: realizavam compras de baixo valor em estabelecimentos, pagando com notas falsificadas e recebendo o troco em dinheiro legítimo. A perícia confirmou que o material apreendido era de “alta qualidade, capaz de enganar o cidadão comum”.
As investigações do MPF trouxeram à luz o planejamento minucioso da quadrilha. Os acusados se comunicavam por aplicativos de mensagens, chegando a criar um grupo no WhatsApp para discutir rotas, cidades e os comércios mais vulneráveis. Áudios interceptados revelaram planos ousados de expansão para outras capitais e cidades importantes do Nordeste, como João Pessoa (PB), Caicó (RN) e Natal (RN).
Discreto e Motorizado:
Para driblar a vigilância e as câmeras de segurança, os criminosos utilizavam uma tática de disfarces: óculos, chapéus e camisas eram trocados para dificultar a identificação. Imagens de um shopping de Campina Grande, onde as notas foram introduzidas, flagraram a chegada conjunta dos denunciados no mesmo veículo, que teria sido utilizado em outras ações de falsificação.
Apesar da alta qualidade das notas, os rastros financeiros também levaram ao grupo. As investigações identificaram movimentações suspeitas em casas lotéricas e transferências de dinheiro via PIX entre os envolvidos, indicando a operacionalização do esquema e a divisão dos lucros ilícitos.
O MPF requereu o recebimento da denúncia e a condenação dos acusados pelos crimes de associação criminosa e introdução de moeda falsa, conforme previsto no Código Penal, visando desarticular de vez o grupo que tirava o sono dos comerciantes locais. A Justiça Federal agora avaliará o caso.










