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IBGE: Apesar Da Visível Melhora Na Qualidade De Vida, Cariri e Curimataú da Paraíba Seguem Entre as Regiões Mais Pobres do País

Apesar de avanços perceptíveis em áreas como acesso a serviços básicos, programas sociais e melhoria gradual na infraestrutura urbana, as regiões do Cariri e do Curimataú paraibano continuam figurando entre as mais pobres do Brasil, segundo os dados mais recentes do Produto Interno Bruto (PIB) per capita, divulgados pelo IBGE.

Os números reforçam uma realidade contraditória: embora haja sinais de melhora na qualidade de vida, o desenvolvimento econômico estrutural ainda não acompanha esse progresso. Em 2023, diversos municípios dessas regiões apresentaram PIB per capita muito abaixo da média nacional, fixada em R$ 53.886,67, evidenciando que o crescimento registrado nos últimos anos não foi suficiente para mudar o patamar econômico local.

Cidades como Taperoá, Serra Branca, Sumé, Picuí e Juazeirinho continuam ocupando posições desfavoráveis no ranking nacional, com indicadores que revelam economias frágeis e pouco diversificadas. Mesmo municípios que exercem papel de referência regional, a exemplo de Soledade e Monteiro, apresentam desempenho distante do considerado adequado. Santa Luzia, embora com números superiores aos demais, ainda permanece abaixo da média brasileira.

Especialistas apontam que parte da melhora observada no cotidiano da população está ligada ao fortalecimento de programas sociais, transferências constitucionais e expansão do setor público, mecanismos fundamentais para reduzir desigualdades, mas que não geram, por si só, riqueza sustentável. O crescimento do PIB per capita, nesse contexto, não reflete aumento significativo de produtividade, nem a consolidação de uma base econômica sólida.

A dependência excessiva do setor público, aliada à baixa industrialização, à logística limitada, à ausência de políticas efetivas de incentivo à iniciativa privada e à vulnerabilidade da agropecuária às condições climáticas, continua sendo um entrave histórico para o desenvolvimento do Cariri e do Curimataú. Soma-se a isso a falta de integração regional e de planejamento de longo prazo.

O resultado desse cenário é sentido diretamente pela população, que ainda enfrenta desemprego, informalidade e migração forçada, sobretudo entre os jovens, em busca de oportunidades em outras regiões do país.

Os dados do IBGE reforçam que melhorar indicadores sociais é fundamental, mas insuficiente sem um projeto econômico consistente. Para romper o ciclo de estagnação, será necessário investir em educação técnica e profissionalizante, infraestrutura, inovação, atração de empresas e valorização das vocações produtivas locais.

Sem mudanças estruturais e políticas públicas voltadas para o desenvolvimento real, o Cariri e o Curimataú seguirão convivendo com avanços pontuais na qualidade de vida, mas presos a um modelo econômico que limita crescimento, oportunidades e perspectivas de futuro.

Cariri de Verdade Com Heleno Lima

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