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Crimes contra mulheres crescem na Paraíba: ameaças aumentam 52% e tentativas de feminicídio não param

Mesmo com a queda nos casos de feminicídio, a violência contra a mulher segue em alta na Paraíba. Dados divulgados nesta quinta-feira (24) pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025 revelam um cenário preocupante: cresceram significativamente os crimes de ameaça, violência psicológica, perseguição, assédio, importunação sexual e tentativas de feminicídio no estado.

De acordo com o levantamento, elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), os feminicídios caíram 23% na Paraíba, passando de 34 casos em 2023 para 26 em 2024. No entanto, as tentativas de feminicídio subiram 5,5%, indicando que o risco permanece alto e que muitas mulheres ainda vivem sob ameaça constante.

Outros indicadores são ainda mais alarmantes. Os registros de ameaça saltaram de 7.622 para 11.681, um aumento de 52% em apenas um ano. Já os crimes de perseguição (stalking) cresceram 51%, com 1.414 mulheres vítimas em 2024. A violência psicológica também aumentou, subindo 50%, com 608 casos registrados.

Os números de assédio sexual e importunação sexual também chamam atenção. O assédio — caracterizado por condutas de cunho sexual em relações de poder — aumentou 15,5%, enquanto a importunação, que pode ocorrer sem vínculo hierárquico, disparou 60,8%.

Embora a lesão corporal dolosa no contexto de violência doméstica tenha caído 10%, os demais crimes mostram que o chamado “ciclo da violência” ainda está muito presente na vida de milhares de paraibanas.

Brasil tem recorde de feminicídios em 2024

Em nível nacional, o cenário também é grave. O Brasil registrou 1.492 feminicídios em 2024 — o maior número desde que a lei passou a reconhecer esse tipo de crime, em 2015.
O perfil das vítimas se repete:

  • 64% eram mulheres negras
  • 70% tinham entre 18 e 44 anos
  • 64% foram mortas dentro de casa
  • 97% dos autores eram homens
  • 80% eram companheiros ou ex-companheiros
  • 48% foram mortas com arma branca (como facas)

Outro dado preocupante é que 121 vítimas de feminicídio estavam sob medida protetiva no momento do crime. Segundo o relatório, cerca de 100 mil medidas protetivas foram descumpridas só em 2024. Para a pesquisadora Isabella Matosinhos, “essas medidas, isoladamente, têm se mostrado insuficientes para impedir a violência letal”.

Com G1 Paraíba

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