O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, nesta terça-feira (4/11), que a Polícia Federal (PF) deve atuar nas investigações das 121 mortes da megaoperação da semana passada nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro. Pela primeira vez, Lula subiu o tom em relação à megaoperação, classificada por ele como “matança”.
“Nós estamos tentando essa investigação. Nós, inclusive, estamos tentando ver se é possível os legistas da Polícia Federal participarem do processo de investigação da morte, como é que foi feito, porque tem muito discurso, tem muita coisa. As pessoas foram enterradas sem que houvesse a perícia de outro órgão. Então, nós estamos trabalhando nisso”, afirmou Lula a jornalistas estrangeiros que estão em Belém (PA) para a COP30.
A declaração de Lula é dada uma semana após a operação, que deixou 117 suspeitos e quatro policiais mortos. Segundo o titular do Planalto, a PF, em ação conjunta com o Ministério da Justiça e o Ministério Público Federal (MPF), trabalha na investigação, porque a autorização judicial para a operação contra o Comando Vermelho (CV) não tinha “ordem de matança”.
“A decisão do juiz era uma ordem de prisão, não tinha uma ordem de matança. E houve matança. Eu acho que é importante a gente investigar em que condições ela se deu. Porque, até agora, nós temos uma versão, contada pela polícia, contada pelo governo do estado, e tem gente que quer saber se tudo aquilo aconteceu do jeito que eles falam ou se teve alguma coisa mais delicada na operação”, disse o chefe do Executivo.
Na quinta-feira (30/10), o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, anunciou o envio de 20 peritos criminais da PF para reforçar os trabalhos de segurança pública no Rio. Segundo o governo federal, os peritos vão trabalhar em análise dos locais de crimes, balística, genética forense para identificação de DNA, medicina legal, exames de balística, necrópsia e identificação de corpos.
CARIRI DE VERDADE
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