BRASÍLIA – Em um movimento de forte impacto político, o presidente da Câmara Federal, o paraibano Hugo Motta (Republicanos-PB), saiu publicamente em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, jogando uma bomba na narrativa de tentativa de Golpe de Estado que cerca o ex-chefe do Executivo.
Motta, que comanda o Legislativo, descartou a possibilidade de Bolsonaro ter articulado ativamente a trama golpista, usando um argumento que promete gerar intensa controvérsia: “Não tem como você dar um golpe estando em outro país.”
A Tese do “Golpista Ausente”
A declaração foi dada por Hugo Motta ao comentar as investigações e o recente julgamento sobre a articulação do golpe, reforçando a necessidade de “olhar a situação por outro ângulo”.
“O papel do ex-presidente Bolsonaro é um papel em que nós temos que olhar por outro ângulo porque ele não estava no país, ele foi embora do país. Ele não estava aqui tramando. Não tem como você dar um golpe estando em outro país”, reforçou o presidente da Câmara.
O paraibano sugere, assim, que o papel do ex-presidente teria sido mais de “conivência do que de atuação”, pedindo que a Justiça “diferencie” os papéis para que não se cometa “injustiça com ninguém”.
Pressão Aumenta no Congresso
A fala de Motta, líder de uma Casa que tem sido palco de debates acalorados sobre anistia e os réus dos atos antidemocráticos, adiciona um peso institucional à defesa do ex-presidente, que enfrenta acusações sérias no Judiciário.
A manobra de Hugo Motta ao defender Bolsonaro, figura-chave da oposição, é vista por analistas como um esforço para manter o equilíbrio de forças e o diálogo dentro da Câmara, ao mesmo tempo em que coloca o maior cacique do Legislativo em rota de colisão com a tese de investigadores e do Supremo Tribunal Federal (STF). O país agora aguarda as reações do Judiciário e da base governista à nova e inusitada tese do “golpe de Estado internacional”.










