A festa de aniversário de 65 anos do deputado Adriano Galdino, presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), neste último sábado (25), em Campina Grande, no Cidade São João (antigo Vale do Jatobá), provou ser muito mais que uma simples celebração: foi um grande e inevitável ato de articulação política. O evento se consolidou como um termômetro do poder na Paraíba, reunindo adversários históricos e atuais com um único objetivo: uma preciosa fatia do bolo eleitoral de 2026.
Mesas Lado a Lado: O Xadrez Montado para a Disputa
Com rara habilidade, Galdino conseguiu reunir na festa líderes centrais dos blocos e seus posteriores escalões, montando um verdadeiro tabuleiro de xadrez:
De um lado, o Eixo do Poder do governo estadual, representado pelo vice-governador Lucas Ribeiro (PP), na ausência de João Azevêdo (licenciado). Lucas, cotado para a sucessão e aliado do governo, chegou estrategicamente acompanhado de Hugo Motta (Republicanos), presidente da Câmara Federal, e seu pai, o prefeito de Patos, Nabor Wanderley, ávido pela cadeira de Senador, e seus “súditos”.
Do outro, a Força Oposicionista, liderada pelo prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), que se consolida cada vez mais como provável candidato ao governo, o poderoso e operante senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB) e a figura lendária e viva de articulação, Cássio Cunha Lima, e seus “eternos fãs”.
Embora Galdino tenha evitado o “tempero político” no discurso, a forte conotação da reunião era inevitável. O ambiente respirava alianças futuras e a contagem de forças para os rompimentos e as uniões que virão.
A Questão do Poder e a Força de Galdino
O Recado da Festa é claro: o quadro é de costuras e indefinições. A presença de todos os grupos serviu como termômetro de que as movimentações de bastidores estão a todo vapor.
Nesse tabuleiro aberto, a pergunta crucial é: Qual será a fatia do deputado presidente da ALPB no bolo político de 2026? A resposta passa pela força política inegável de Adriano Galdino. Seu peso institucional como chefe do Poder Legislativo, somado ao seu histórico de longa data na política paraibana, faz dele um pivô estratégico, cortejado por todos os lados. Galdino não é apenas um anfitrião; ele é um agente de articulação essencial, capaz de mobilizar e equilibrar forças, e será crucial para a formação de qualquer chapa majoritária. Seus próximos passos são, portanto, cruciais para desenhar o cenário, pois o desafio é conciliar o espaço que ele e seu grupo ocuparão no futuro governo com as complexas alianças necessárias para a disputa.
Quem vai “dançar” na festa final? Essa é a grande incógnita. Mais importante, porém, é o detalhe que a sociedade deva observar: enquanto os líderes políticos disputam as fatias do poder e as alianças, a Paraíba espera que essa complexa costura de bastidores resulte, principalmente, em “fatias” de ações concretas voltadas para as urgências do povo, como saúde, educação e desenvolvimento econômico, que tanto estamos precisando.
Quem vai degustar da delícia do bolo e quem vai dançar no final da festa? A Paraíba saberá.
