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Padre da Paraíba é denunciado após falas ofensivas sobre religiões de matriz africana

Um padre da cidade de Areial, no Agreste da Paraíba, foi denunciado por racismo religioso após declarações feitas durante uma homilia no último domingo (27). A denúncia foi protocolada nesta terça-feira (29) pela Associação Cultural de Umbanda, Candomblé e Jurema Mãe Anália Maria de Souza, que repudiou veementemente a postura do sacerdote.

No vídeo da celebração, transmitido ao vivo e posteriormente removido do canal da paróquia no YouTube, o padre Danilo César associa práticas de religiões afro-brasileiras a doenças, sofrimento e até à morte. Em um dos trechos mais polêmicos, ele menciona a morte da cantora Preta Gil, falecida no último dia 20 vítima de câncer, e questiona, de forma irônica, a fé de Gilberto Gil, pai da artista, nos orixás:

“Como é o nome do pai de Preta Gil? Gilberto Gil fez uma oração aos orixás, cadê esses orixás que não ressuscitaram Preta Gil? Já enterraram?”, disse durante a homilia.

Ao longo da celebração, o padre também classificou as religiões de matriz africana como “coisas ocultas” e disse que “o diabo os levasse”, referindo-se a católicos que recorrem a práticas de outras tradições religiosas:

“Eu só queria que o diabo viesse e levasse. No dia seguinte, quando acordar lá, com calor no inferno, você não sabe o que vai fazer”, declarou.

Em outro momento, o sacerdote relatou a história de uma mulher que teria consagrado a filha a “entidades desconhecidas”, associando o ritual à morte precoce da jovem, cuja cerimônia fúnebre ele próprio teria conduzido.

As falas repercutiram negativamente, gerando indignação em diversos segmentos religiosos e na sociedade civil. A associação que entrou com a denúncia afirmou em nota que o padre promove o ódio e o preconceito em nome da fé:

“Deus é amor e respeito ao próximo, onde infelizmente esse senhor que se diz sacerdote prega o ódio e o preconceito e ainda amedronta em pleno culto em sua igreja.”

Até o momento, nem o padre Danilo César nem a Diocese de Campina Grande, à qual a paróquia está vinculada, se pronunciaram oficialmente sobre o caso.

A prática de intolerância religiosa é considerada crime no Brasil, prevista no artigo 20 da Lei nº 7.716/89, que trata dos crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor. O caso agora deverá ser apurado pelas autoridades competentes.

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