A violência sexual segue crescendo de forma alarmante na Paraíba. Entre os meses de janeiro e abril deste ano, o estado registrou 467 casos de estupro, o pior número para o período nos últimos dez anos. Os dados são do Ministério da Justiça e Segurança Pública e revelam que, em média, quatro pessoas são vítimas desse crime por dia na Paraíba.
Do total de ocorrências, 415 vítimas foram mulheres e 52, homens. Os números preocupam não apenas pelo volume, mas pela velocidade com que vêm crescendo. Em abril, por exemplo, foram contabilizados 132 casos, o mês com maior número de estupros registrados neste ano. Em janeiro, foram 124 casos, número que caiu para 89 em fevereiro, mas voltou a subir em março, com 122 registros.
O acumulado de casos nos primeiros quatro meses de 2025 já supera o total anual de vários anos anteriores. Para se ter uma ideia, durante todo o ano de 2020 foram registrados 312 estupros na Paraíba; em 2019, foram 298 casos; em 2018, 258; em 2017, 365; em 2016, 464; e em 2015, 289 ocorrências. Ou seja, em apenas quatro meses, 2025 já ultrapassou todas essas marcas anuais.
Em relação aos primeiros quatro meses dos anos anteriores, o cenário também é preocupante. Depois de 2025, o pior início de ano ocorreu em 2024, com 329 casos, seguido por 2023, com 180 estupros, e 2022, com 168 registros.
O aumento nos índices de violência sexual acende um sinal de alerta para as autoridades e a sociedade civil. Especialistas apontam que a subnotificação ainda é um fator considerável nesse tipo de crime, o que indica que os números reais podem ser ainda maiores.
A Secretaria de Segurança e Defesa Social da Paraíba e o Ministério Público têm reforçado campanhas de combate à violência contra a mulher e de orientação para que vítimas denunciem as agressões, mas os dados revelam a urgência de ações mais efetivas e abrangentes para enfrentar esse cenário.
Denúncias de estupro e outros tipos de violência podem ser feitas pelo telefone 180 (Central de Atendimento à Mulher) ou pelo 190 (Polícia Militar), além das delegacias especializadas e serviços de saúde.
Com G1 Paraíba.