A Polícia Civil indiciou quatro pessoas envolvidas em um esquema de emissão de diplomas falsos que enganou professores na Paraíba e em outros estados. O golpe teria causado um prejuízo estimado em R$ 2,4 milhões às vítimas, a maioria educadores da rede pública.
Como funcionava o esquema
De acordo com as investigações, o grupo usava uma empresa sediada em Campina Grande para dar aparência de legalidade aos cursos, alegando parceria com uma universidade do Paraguai. Entretanto, os diplomas emitidos não tinham qualquer validade jurídica no Brasil, nem reconhecimento do Ministério da Educação (MEC).
As vítimas pagavam mensalidades, taxas de bancas examinadoras e processos de revalidação supostamente válidos no Brasil. Muitos professores chegaram a apresentar os diplomas falsos para conquistar promoções ou cargos de maior remuneração, mas acabaram punidos quando a fraude foi descoberta.
Além dos prejuízos pessoais, universidades brasileiras também foram lesadas, já que seus nomes, logos e selos eram utilizados de forma indevida nos documentos falsificados.
Quem são os indiciados
Segundo a Polícia Civil, foram indiciados:
- Eraldo Alves de Sousa – dono da empresa e apontado como líder da organização;
- Antônio de Jesus – responsável pela falsificação dos diplomas, localizado no Espírito Santo;
- Olavo e Eri – operadores de captação, que atuavam na abordagem e convencimento das vítimas.
Eles vão responder por associação criminosa, estelionato, falsidade documental e publicidade enganosa.
Operação policial
A investigação ganhou força em janeiro, quando foram cumpridos mandados de busca e apreensão na sede da empresa em Campina Grande e na residência do proprietário. Outro mandado foi cumprido no Espírito Santo, onde atuava o falsificador.
De acordo com o delegado Iasley Almeida, os captadores abordavam professores em municípios do Curimataú paraibano, como Barra de Santa Rosa, Damião, Cuité, Picuí, Sossego, Nova Palmeira, Pedra Lavrada e Frei Martinho. Também foram identificadas vítimas no Rio Grande do Norte e em Pernambuco.
No total, cerca de 90 professores paraibanos foram enganados.
“De um lado, havia os operadores captadores, que divulgavam e convenciam os professores a pagar pelos cursos de mestrado e doutorado. Do outro, no Espírito Santo, o falsificador responsável por confeccionar os diplomas com nomes de várias universidades públicas e privadas”, explicou o delegado.
Consequências
Alguns professores, sem saber da fraude, apresentaram os diplomas em instituições de ensino e chegaram a receber promoções. Contudo, ao descobrirem o golpe, algumas escolas suspenderam os benefícios e até demitiram profissionais por uso de documentação falsa.
A investigação segue em andamento para identificar novas vítimas e eventuais ramificações do esquema.