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STF inicia julgamento histórico contra Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe

Na próxima terça-feira (2), o Supremo Tribunal Federal (STF) dará início ao julgamento que pode condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete aliados, acusados de articular uma trama golpista para reverter o resultado das eleições de 2022. A denúncia foi apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e envolve integrantes do chamado núcleo central da conspiração.

Cerca de dois anos e meio após os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, a Corte se prepara para um julgamento inédito desde a redemocratização, que pode levar à prisão um ex-presidente da República e generais das Forças Armadas sob a acusação de golpe de Estado.

Esquema de segurança

Para garantir a tranquilidade dos trabalhos, o STF montou um esquema especial de segurança: haverá restrição de circulação nos prédios da Corte, varredura com cães farejadores, além do uso de drones.

Credenciamento recorde

O julgamento terá ampla cobertura jornalística. Foram registrados 501 pedidos de credenciamento de profissionais de imprensa, nacionais e internacionais. Também, de forma inédita, o STF abriu credenciamento ao público: 3.357 pessoas se inscreveram, entre advogados e cidadãos. No entanto, apenas 1.200 vagas foram disponibilizadas devido à limitação de espaço.

Os presentes assistirão à sessão em um telão na sala da Segunda Turma, enquanto a Primeira Turma ficará restrita a advogados dos réus e jornalistas. Ao todo, serão 150 lugares por sessão, distribuídos nos dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro.

Réus

Os acusados são:

  • Jair Bolsonaro – ex-presidente da República;
  • Alexandre Ramagem – ex-diretor da Abin e atual deputado federal;
  • Almir Garnier – ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF;
  • Augusto Heleno – ex-ministro do GSI;
  • Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa;
  • Walter Braga Netto – ex-ministro e candidato a vice em 2022;
  • Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Todos respondem por organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. A exceção é Alexandre Ramagem, que, por ser deputado federal, teve parte das acusações suspensas, respondendo apenas por três crimes.

O rito do julgamento

A sessão será aberta pelo presidente da Primeira Turma, ministro Cristiano Zanin, que dará a palavra ao relator Alexandre de Moraes para apresentação do relatório. Em seguida, falará a acusação, representada pelo procurador-geral da República Paulo Gonet, que terá até duas horas. Depois, cada defesa terá até uma hora para sustentações orais.

Na sequência, Moraes profere seu voto, abordando preliminares e o mérito. Os demais ministros da turma votarão nesta ordem: Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. A condenação será definida pela maioria simples: três votos entre os cinco ministros.

Possíveis desdobramentos

Um pedido de vista pode adiar o julgamento, mas, pelo regimento, o processo deve retornar em até 90 dias. Em caso de condenação, a prisão não será imediata: ela só poderá ser decretada após análise dos recursos. Os militares, se presos, terão direito a alas especiais ou dependências das Forças Armadas.

Divisão em núcleos

A PGR dividiu a denúncia em quatro núcleos. O primeiro, considerado central e liderado por Jair Bolsonaro, será o primeiro a ser julgado. Os demais processos ainda estão em fase de alegações finais e devem ir a julgamento ainda este ano.

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