Depois de mais de quatro décadas de histórias, hits e inovações, a Rede Transamérica, uma das mais tradicionais redes de rádio do Brasil, chega ao fim de sua marca original. Neste domingo, 12 de outubro de 2025, a emissora encerrou oficialmente suas operações, e a partir de amanhã, 13 de outubro, a frequência 100.1 FM de São Paulo será ocupada pela nova rádio TMC, com foco em jornalismo e esportes.
O que chama atenção nesta transição é o fim do “T”, o famoso “tesão” que, por anos, deu identidade à Transamérica. Esse símbolo, presente no logo e na própria pronúncia da marca, representava a irreverência e a energia que conquistaram gerações de ouvintes desde os anos 1980.
Da compra à transformação
Em fevereiro de 2025, o Grupo Camargo de Comunicação (GC2), liderado pelos irmãos João e Neneto Camargo, adquiriu a Rede Transamérica. A compra, formalizada em 31 de janeiro e ainda pendente da aprovação do CADE, iniciou uma reestruturação completa: nova identidade visual, reposicionamento de público e mudanças na programação.
O GC2 já é um dos principais conglomerados de comunicação do país, atuando em rádio, televisão e mídia digital. Entre suas empresas estão:
- 89 FM A Rádio Rock – programação voltada ao rock e música alternativa;
- Alpha FM – música adulta contemporânea e clássicos do pop;
- Rádio Disney Brasil – em parceria com a The Walt Disney Company América Latina, voltada ao público jovem e familiar;
- Nativa FM – música popular brasileira, em parceria com o Grupo Bandeirantes;
- Rádio 103 FM e Rádio Nacional Gospel AM, esta última administrada com a Comunidade Cristã Paz e Vida;
- TV FL e TV Cotia – canais de televisão com programação regional;
- CNN Brasil – canal jornalístico, com João Carlos Camargo como presidente, que também desenvolve o projeto CNN Rádio em parceria com a Rede Transamérica.
Legado histórico da rede no Nordeste
A Transamérica FM foi a primeira emissora de rádio em frequência modulada (FM 92,7 FM) a operar no Recife e em toda a região Nordeste do Brasil, iniciando suas atividades em 21 de agosto de 1976. Isso também a torna uma das primeiras FMs de grande alcance do país.
A Transamérica também deixou marcas importantes fora dos grandes centros. A Campina FM, por exemplo, foi a segunda emissora em FM do Nordeste e começou suas transmissões usando fitas de rolo, antes de iniciar sua programação local. Durante seus primeiros anos, a emissora contou com programas e produção da Transamérica, reforçando a presença pioneira da rede e seu impacto no começo do rádio em FM na região.
A frequência foi afiliada à Rede Transamérica por um período, sob a gestão do Sistema Correio, operando com essa marca até, pelo menos, o início dos anos 2000. Em 20 de janeiro de 2005, a emissora na frequência 93,7 MHz deixou de operar como Transamérica e passou a retransmitir a Mix FM na capital João Pessoa. A mudança de afiliação marcou uma nova fase na programação, voltada principalmente para o público jovem. O locutor Josinaldo Ramos também fez parte da equipe da Transamérica João Pessoa durante um período, contribuindo para a história da emissora na região.
Apesar do fim do “Tesão”, o espírito da Transamérica segue vivo. A emissora marcou gerações com sua programação jovem, irreverente e pioneira em formatos de rádio, tornando-se um verdadeiro ícone da cultura pop brasileira. O “tesão” de outrora, que simbolizava entusiasmo e criatividade no rádio, agora será lembrado na memória dos ouvintes e na história da radiodifusão no país.
Novo Caminho da Rede Transamérica
A TMC promete manter a qualidade e inovação, mas os fãs da velha Transamérica terão que se despedir do “Tesão do Rádio” que tanto representava: o tesão de ouvir rádio de um jeito novo, divertido e autêntico.
Para acompanhar a nova programação, basta sintonizar a 100.1 FM em São Paulo ou acessar o site oficial da TMC.
O locutor, produtor e ex-integrante da Rede Transamérica comentou em seu Instagram sobre o fim da emissora:










